quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

DESMATAMENTO EM PAULISTA-PE

Em Paulista, PE, área de preservação ainda é alvo de loteamento irregular Uma área de proteção ambiental em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, continua sendo invadida para a construção irregular de casas. A cada dia uma nova casa é construída, e a mata vai perdendo seu espaço. A área, que tem 300 hectares, já teve boa parte de seu terreno transformada em loteamento irregular. Para marcar o território, galhos de árvores centenárias estão sendo usados para indicar a qual posseiro “pertence” determinada área. Na região, além das árvores estão também as ruínas da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, protegidas por lei estadual. Doutor em ecologia e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o professor Luis Carlos Marangnon ficou impressionado com a devastação. “Há um avanço significativo em termos de retirada da vegetação da área. Por ser uma área considerada importante em termos de questão ambiental, principalmente voltada para a questão do bom uso do solo, a vegetação tirada vai trazer sérios problemas, posteriormente, até mesmo para as pessoas que acham que podem estar ganhando, como temperaturas mais elevadas e umidade relativa mais baixa”, explicou. Enquanto isso, fiscais da Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH) afirmam que já retiraram as estacas da área, mas os invasores voltaram a colocá-las. “Nós viemos junto com a Companhia de Meio Ambiente da Polícia Militar (Cipoma) e retiramos as cercas que haviam no local. Posteriormente, avisamos à prefeitura sobre a situação e ela já veio algumas vezes, mas eles continuam com a retirada e a ocupação avança. A prefeitura retira e os moradores voltam a colocar as cercas, então a gente vai continuar mantendo monitoramento, a Cipoma também está muito engajada, já veio algumas vezes para tentar flagrar essa ação de desmatamento”, afirmou Thiago Costa, chefe de fiscalização da CPRH. Por sua vez, a Prefeitura de Paulista foi intimada pelo Ministério Público de Pernambuco, para explicar as providências que estão sendo tomadas na área. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Alcides Leitão, a documentação já foi entregue. Além disso, a secretaria também cobrou do dono do terreno, a Companhia de Tecidos Paulista (CTP), para que entre na Justiça com uma ação de despejo para retirar as famílias da área de proteção ambiental. “Nós já notificamos a CTP, que consta como a proprietária em nossos cadastros, para que ela tome medidas no sentido de solicitar a reintegração de posse. Aí então vamos estudar em conjunto a solução habitacional daquelas comunidades que ali se encontram”, assegurou o secretário de Meio Ambiente. De acordo com a Companhia de Tecidos Paulista, o terreno foi cercado e uma placa foi afixada no local, informando que aquela é uma área de preservação. Ainda segundo a companhia, a retirada das famílias só poderá ser comentada quando um diretor da empresa retornar de viagem.

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