Seminário nacional debate a estruturação do Sistema de Comércio Justo e Solidário
Posted: 14 Apr 2011 02:39 PM PDT
Muitos debates e novas ideias permearam as atividades do Seminário Nacional do Sistema de Comércio Justo e Solidário – SCJS, promovido pelo Instituto Marista de Solidariedade (IMS) e Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (Senaes/MTE), em parceria com Faces do Brasil e Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES). O público estava formado por representantes de redes de economia solidária, entidades parceiras do IMS na execução da assessoria junto aos 150 empreendimentos econômicos solidários, representantes da coordenação executiva do FBES, entidades realizadoras e integrantes da comissão gestora nacional do SCJS.
A programação do primeiro dia (12/04) ocorreu em Brasília, com abertura no auditório da Senaes. Deram início ao evento o secretário nacional de Economia Solidária, Paul Israel Singer, e o coordenador-geral de Comércio Justo e Crédito, Haroldo Pinheiro Mendonça. Já a coordenadora do IMS, Shirlei Silva, fez a apresentação do painel “O Papel do SCJS na Promoção da Economia Solidária”.
Após o painel, os participantes seguiram até a Câmara dos Deputados, para reunião com a Frente Parlamentar Mista de Economia Solidária e FBES, a fim de discutir a construção da política nacional de economia solidária no Brasil diante do Projeto de Lei 865/2011, que dispõe sobre a criação da Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa e nela a inclusão de todas as atividades da Senaes e do Conselho Nacional da Economia Solidária (CNES).
No segundo dia do seminário (13), já no Divino Paraíso, na cidade do Gama (DF), foi feita a acolhida e a apresentação. Após esse momento, foi construída uma linha histórica do Sistema de Comércio Justo e Solidário. Os participantes relembraram diversos acúmulos do movimento e compartilharam com o grupo, registrando o processo já vivenciado. O principal tema da quarta-feira esteve em torno do papel da Comissão Gestora Nacional (CGN) na estruturação do SCJS. Após uma mesa de debate com Haroldo Pinheiro Mendonça, Rosemary Gomes (Rede de Gestores em Economia Solidária) e Vanessa Sigolo (Faces do Brasil), as discussões sobre a função da CNG e demais contribuições para seu regimento interno seguiram para os trabalhos em grupo.
A plataforma Faces do Brasil fez uma apresentação trazendo um breve histórico do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário, com suas motivações, construções e conceitos; seus desafios atuais, levando em conta os avanços já conquistados e construções, além dos próximos passos. Uma Noite Cultural Justa e Solidária promoveu, ainda, a confraternização dos presentes, com música, dança e troca de ideias.
No último dia do evento (14), os debates foram sobre a auto-declaração para um selo organizacional, em que os empreendimentos se identificam como de comércio justo e também sobre o papel dos sistemas participativos de garantias na construção do SCJS. Os grupos trouxeram encaminhamentos que culminaram em proposições específicas. A proposta foi a criação de uma “declaração coletiva de conformidade”.
Gisleide Carneiro, da Cooperativa de Prestação de Serviço, na Bahia, achou que o evento foi um complemento à formação de formadores, oferecida pelo IMS no último mês de maço. “Aqui tivemos um aprofundamento e um amadurecimento sobre como construir a auto-declaração, que certifica as organizações. Deu pra tirar todas as dúvidas que surgiram com o trabalho nos estados”, disse.
Já a técnica do Núcleo Unitrabalho – Incubadora de Empreendimentos Solidários, ligado à Universidade Federal de Alagoas, Virgínia Lucena, apontou que o evento ajudou na discussão sobre o conceito de comércio justo e solidário e seus tipos de empreendimentos, discussão que não é nova, mas ainda é confusa para muitas pessoas. “Precisamos de formação para lidar com as bases em nossos estados. Necessitamos, ainda, mais momentos como esse para que a gente possa se apropriar dessa discussão sobre o comércio justo e solidário”, elucida.
No momento de avaliação do seminário, Shirlei Silva, também membro da coordenação executiva do FBES, falou sobre o histórico das mobilizações frente ao governo Dilma e, no momento final de fala coletiva, foi despertado o espírito de luta por políticas públicas, lembrando a todos das diversas possibilidades de mudança positivas e da enorme força do movimento de economia solidária.
eminário nacional
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